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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Mãe.

Todos eles dizem o mesmo.
Todos eles falam o mesmo.
Todos eles te valorizam.
Todos eles te admiram.
Mas não te entendem, nem sentem.
Tu és e sempre foste Lutadora, Objectiva.
Mas sofreste por nome de quem? Não sei.
Mas sofreste. E perdeste.
Pouco ganhaste, com o pão do Diabo que comeste.
Pouco viveste. Sobreviveste.
Tu, que sempre foste Mãe, Pai, Professora, Sábia e Amiga.
És tu. Mas ninguém to foi.
Muito deste e pouco recebeste.
Muito penaste e pouco vanglorizaste.
Tens propósitos e atitudes de paz e justiça,
De bondade e benevolência, que me transcendem.
E sempre com esses teus ares de beleza,
E mãos calejadas de dura vivência e pobreza,
De queixo erguido andas,
De espírito de valor e nobreza.
Mas agora, que idade cruel e sentenciadora,
Da tua memória tuas proezas te leva,
E enche teu espaço de tristeza.
Condenada a não esperança, desse Fado nu e cru,
Dessa maresia turbulenta que te enleva.
Todos te admiram, todos te martirizam.
Mas ninguém te ajuda.
Tu que és tanto, e te veêm como ninguém.
Tu que és Divina em toda a tua essência.
Pedaço carnal que te leva; não morras nunca.
És Deus, vista por ninguém.
És Deus imcompreendido, que sofre.
Penitência.

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